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As infecções uterinas apresentam alta prevalência em rebanhos bovinos. Embora com menor ocorrência em gado de corte, em relação ao gado leiteiro, ainda assim é uma patologia que merece destaque naquele tipo de exploração. A importância econômica se traduz pela redução da rentabilidade da atividade por afetar o desempenho reprodutivo dos animais, aumentar gastos com medicamentos e mão-de-obra e até levar à morte. Em bovinos, as infecções uterinas devem ser divididas em dois grupos: aquelas que afetam o útero durante a fase de involução pós-parto (infecção puerperal) e as que acometem este órgão quando o mesmo já se encontra involuído (infecção pós-puerperal). O primeiro tipo de infecção geralmente tem caráter mais agudo e representa risco concreto de vida ao animal. As infecções pós-puerperais têm um caráter mais crônico e raramente levam a qualquer sintomatologia sistêmica. É importante a diferenciação do tipo de infecção pois, além da gravidade, risco de vida ao animal e curso da doença, aspectos como sintomas, achados e possibilidades de tratamento podem variar. O tratamento desta patologia merece grande atenção por estar relacionado diretamente à saúde pública, pois resíduos de antibióticos utilizados no tratamento são eliminados no leite por um certo período, em que este se torna impróprio para o consumo humano.
A infecção uterina puerperal é aquela que acomete o útero durante a sua fase de involução. Nesta fase, a infecção uterina tem caráter agudo. Merece intervenção rápida, pois existe risco inclusive de morte do animal. Apresenta ocorrência variável, de 6 a 25%. Freqüentemente, acompanha casos de retenção de anexos (placenta), distocias, auxílio ao parto ou outros distúrbios com a parturiente.
Para a vaca, puerpério tem sido definido como o período que vai do parto até o aparecimento do primeiro estro no qual nova gestação possa ser estabelecida, o que implica em completa involução uterina e retorno da atividade endócrina, com plena reativação e sincronia do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que permita crescimento folicular, estro, ovulação, concepção, desenvolvimento do corpo lúteo e gestação. Outros autores definem a fase puerperal como a fase de involução uterina. Para fins meramente práticos, adota-se esta última classificação, para abordagem do tipo de infecção.
Não existe sincronia entre o início da atividade ovariana, que se reinicia e pode estar completa em torno de duas a três semanas após o parto, e a involução uterina, que parece estar completa em torno de 35 dias após o mesmo.
Nessa foto o útero maior involuido e outro normal:
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Nesse artigo pode ser encontrado alguns tratamento e sobre retenção de placenta:http://www.4shared.com/file/98589298/bc72a5d4/infeccao_uterina.html